Pronto Socorro (PS): pra que serve?
O Pronto Socorro tem o intuito de atender urgências e emergências, ou seja, doenças agudas graves ou doenças crônicas agudizadas que podem causar sequelas ou até mesmo óbito.
As principais queixas no Pronto Socorro Infantil são sintomas respiratórios e traumas (quedas, cortes). Nas crianças pequenas, os sintomas respiratórios são causados principalmente por infecções virais e/ou bacterianas.
No entanto, o que vemos atualmente nos Pronto Socorros são consultas para sintomas que não se enquadram em urgências ou emergências. Muitos pais acreditam que o atendimento será mais rápido e efetivo, porém quase sempre isso não é verdade.
Procurar o PS imediatamente se:
- Falta de ar, dificuldade para respirar
- Crise de asma sem melhora com medicamento domiciliar
- Manchas vermelhas pelo corpo
- Criança prostrada e abatida quando está SEM febre
- Febre há mais de 72 horas ou febre maior que 39°
- Vômitos seguidos que não cessam com medicação oral
- Intoxicação por medicamentos ou drogas
- Trauma
- Convulsão
- Dor que não melhora com analgésicos orais
Lembre-se antes de ir ao PS:
- Se o seu filho NÃO apresenta os sintomas acima, converse com o seu Pediatra antes de correr ao Pronto Socorro. Ele pode te orientar e avaliar a criança no consultório.
- Por ser um local que concentra pessoas doentes, existe o risco de exposição a outros vírus e bactérias. Assim, se possível, leve apenas a criança que está doente e deixe os irmãos em casa.
- O Pediatra do Pronto Socorro em geral vai pecar pelo excesso, pois o mesmo não conhece todo o histórico da criança e está vendo ela em um único momento.
- Os plantonistas do Pronto Socorro mudam a cada período, assim pode ser que o Pediatra que o atendeu não seja o mesmo que reavalie
- Prepara-se para esperar. A ordem de atendimento no Pronto Socorro é definido através da gravidade dos sintomas e a ordem de chegada. Pode acontecer de um paciente que chegou depois de você ter o atendimento priorizado por ter sintomas mais graves.
- Se o seu filho apresenta febre não há necessidade de esperar a avaliação médica para medicar com antitérmico. Medique a febre assim que constatada, já que a febre em si altera o exame físico da criança
- Pronto Socorro não é o local para realizar exames de rotina
Dados importantes que devem ser relatados no PS:
- Se o seu filho apresenta febre é importante aferir a temperatura com termômetro e observar de quanto em quanto tempo ela volta
- Se o seu filho tem alguma doença crônica e se usa medicação contínua
- Alergias prévias ou atuais
- Se as vacinas estão em dia ou não
Durante o atendimento no PS:
- Tire todas as suas dúvidas, não hesite em perguntar ao médico o por quê do exame e das medicações.
- Converse com o seu filho: explique o que será feito e passe tranquilidade a ele.
Após o atendimento, avise e repasse as informações ao seu pediatra.
Aonde acompanhar a saúde do meu filho?
Com o pediatra de rotina, realizando consultas periódicas, a chamada puericultura.
A Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que as consultas de puericultura devem ser feitas em idades chaves, mesmo que a criança não esteja doente, pois a consulta periódica de seu filho sadio evita doenças.
Além disso, o ideal é que o mesmo pediatra avalie o seu filho quando ele tiver uma doença aguda. O pronto socorro funciona com escalas de plantonistas, ou seja, cada dia é um médico diferente que atende, sendo que reavaliações provavelmente serão feitas por diferentes médicos.
Ao procurar o PS avise o seu pediatra, para que ele possa acompanhar a evolução dos sintomas, além de orientá-lo sobre medicamentos, sintomas graves e possíveis complicações.
A Organização Mundial da Saúde recomenda consultas de rotina com Pediatra:
- Até 6 meses de idade, consulta mensal
- 6 meses a 1 ano a cada 2 meses
- 1 a 2 anos a cada 2 meses
- 2 a 3 anos a cada 3 meses
- 3 a 5 anos a cada 6 meses
- 5 a 13 anos a cada ano
Fonte:
- Overview of Children in the Emergency Department, 2010. Statistical Brief #157. Lauren M Wier, MPH, Hao Yu, PhD, Pamela L Owens, PhD, and Raynard Washington, PhD, MPH. Junho 2013.
- A perigosa cultura do Pronto Socorro. Sociedade Brasileira de Pediatria